Aproveitando que estamos no final do ano letivo escolar, vamos falar sobre um assunto bastante comum nesse época do ano, a repetência escolar.
“Repetência Escolar”, duas palavras que representam quem não teve um bom aproveitamento de estudos durante o ano letivo atual e terá que refazê-lo, não podendo prosseguir os estudos na próxima etapa. Essas duas palavrinhas costumam causar um frio na barriga no final do ano de todos os alunos, seus familiares e professores, e não é para menos pois, a repetência escolar apesar de ser um meio para não deixar o aluno sair da escola sem ter aprendido os conteúdos e conceitos básicos do curso em que está, ela também traz algumas consequências.
Consequências?
Sim, consequências! Principalmente aos alunos de escolas públicas de classe média e baixa. O aluno que é reprovado de ano ele sente vergonha ao falar com seus colegas, eles estão indo para frente e o mesmo ficou para traz, isso gera uma insegurança muito grande e uma baixa auto-estima o que pode levar o aluno a se desligar ainda mais dos estudos, ou, fazer com que ele aproveite mais o ano escolar até mesmo conseguindo fazer uma prova de reclassificação, porém, existem casos e casos e cada um deve ser estudado para achar uma situação mais viável, sem contar que a comunicação Escola e Família é fundamental para promover o ensino-aprendizagem.
Mas o ponto em questão que quero chegar é a evasão escolar, que está ligada diretamente ao ensino público. Com a reprovação o aluno inseguro e desanimado continua a ir para a escola, pelo menos uma grande maioria, alguns nem tentam e logo na primeira reprovação abandona a escola, mas a maioria vem de uma repetência contínua e chega um ponto em que não se vê mais fazendo a mesma coisa, uns vão para o Ensino de Jovens e Adultos (E.J.A.), e outros não voltam mais.
Isso gera uma consequência enorme para a população, esses alunos que não terminam os estudos tem mais dificuldades de se encaixar no mercado de trabalho, os que conseguem ainda bem que conseguem, porém é um trabalho que muitas vezes exige grande esforço físico e baixa remuneração e voltar para escola depois de um dia super cansativo fica ainda mais difícil, mas, o pior mesmo são aqueles que nem emprego conseguem, dependendo de onde está localizado e como é sua família e amigos acabam sendo influenciados a conseguir seu sustento de outras formas, uma dessas formas que vemos muito são jovem que acabam virando aviãozinho, entram para o mundo das drogas e logo estão roubando para manter seu sustento, seja em drogas ou não. (deixo claro que não estou generalizando, mas acontece com a maioria da população). Isso é preocupante porque vemos muito em sala de aula o professor dizendo que vai reprovar fulano, mas dizendo isso como se fosse um prestígio dele, sendo isso deveria ser analisado e refletido para evitar essas consequências, essas e outras das quais posso criar uma lista.
Como podemos perceber na imagem acima, ela traz uma reflexão sobre as atividades dos professores em sala de aula, uma grande maioria dos professores passam uma única atividade a serem realizados por todos os alunos sem considerar seu conhecimento e aprendizagem e suas habilidades e competências, como vemos na imagem acima o professor pede como única atividade para os alunos subirem na árvore, mas o único que conseguirá fazer isso é o macaco, os outros não tem as mesmas habilidades que o macaco e ficarão para traz sendo reprovados. Entende agora o que acontece na sala de aula?
É necessário que o professor crie oportunidade de aprendizagem para todos os alunos de acordo com seus ritmos de aprendizagem e habilidades para que possam ir avançando durante o ano letivo.
Os problemas chaves são: Depois que esses alunos nunca mais voltam para a escola é feito alguma coisa? Porque tanta repetência? Desinteresse em estudar? Problemas de aprendizagem? Problemas de ensinagem? Conteúdo defasado? Despreparo do professor para lidar com a nova geração? (Há diversas perguntas, mas essas são as que estão sempre em discussão).
Gosto muito da autora Telma Weisz que fala sobre o “problema de ensinagem” em seu livro O diálogo entre o ensino e a aprendizagem (São Paulo, Ática, 2000), onde fala sobre um ideia que ainda não é muito comum que é o “problema de ensinagem” que muitas vezes e dito e visto como “problema de aprendizagem”
No livro ela faz uma crítica ao sistema de ensino que marca os alunos que não conseguiram se desenvolver e acompanhar a maioria das crianças como tendo algum problema de aprendizagem e que na maioria das vezes o que ocorreu foi um problema de ensinagem onde o professor não soube adequar as atividades a cada tipo de aluno e suas dificuldades pois, sabemos que cada criança tem um ritmo diferente de aprendizagem.
Essa fala da autora que ela traz como problemas de ensinagem nos faz refletir sobre as várias situações cotidianas e que deve haver uma atenção maior pelas intuições de ensino e seus professores durante o ano letivo, nos acompanhamentos escolares com seus alunos, sempre fazendo avaliações diagnósticas sobre o alunos para criar atividades diferenciadas para cada grupo de discentes de acordo com suas necessidades e dificuldades para que alcancem os objetivos para aquele ano letivo, é importante ressaltar não só as avaliações diagnóstica dos alunos, mas também a avaliação do professor com sua prática pedagógica, que deve sempre ser avaliada e restruturada e estar sempre em modificação melhorando dua didática e os métodos de ensino.
É importante o professor se auto-avaliar e descobrir onde está errando e como aprimorar suas técnicas de ensino de acordo com as habilidade e competências de cada aluno. Essa auto-avaliação deve ser feita constantemente para evitar os problemas de ensinagem e diminuir os casos de repetência escolar, também é considerável o professor estar em contato com o familiar ou responsável do aluno para ter um acoanhamento melhor desse aprendizado da criança pois, como sabemos o acompanhamento da família com a escola e com a criança é crucial para ajudar em seu desenvolvimento escolar.
A reflexão que deixo aqui para vocês professores é: vocês estão fazendo todo o necessário para esse aluno acompanhar os outros alunos? Vocês acham mesmo que todos os alunos que estão atrasados têm problemas de aprendizagem? Vocês acham que pode haver algum problema de ensinagem?
Reflitam e tente se auto-avaliar e rever seus métodos e como melhorá-los, faça isso constantemente e nos conte se houve algum progresso. Ficaremos felizes em compartilhar sua história =)
OBS: Também indico a leitura do livro O diálogo entre o ensino e a aprendizagem (São Paulo, Ática, 2000), Telma Weiz. O livro traz analises e experiências de professores, a Autora demonstra que ensino e aprendizagem são processos distintos que precisam ser articulados para que a ação do professor impulsione o aprendizado do aluno.
Espero que tenham gostado da publicação e que ajude durante a prática pedagógica.